Modelo de Maturidade de Nolan

O primeiro esforço significativo para explicar a evolução dos SI nas organizações surgiu com Nolan (1973). Nolan focou-se apenas na evolução da função SI dentro de uma organização. A sua primeira proposta sobre o crescimento dos SI dentro de uma organização baseou-se na tecnologia usada e no orçamento em SI como uma indicação da maturidade da gestão de SI, usando uma curva em “S”, consistindo em quatro estádios: Iniciação, Contágio, Controlo e Maturidade.



Conceito de Organização

As organizações são ferramentas altamente especializadas que têm como principal objetivo a integração de determinados recursos em atividades específicas com o intuito de obter lucro.

Nas economias desenvolvidas, á medida que a fundamentação económica atribui uma maior preponderância dos ativos intelectuais em detrimento dos recursos naturais, as organizações são cada vez mais “máquinas de processar informação, transformando dados em bens e serviços e comunidades sociais nas quais, através de um conjunto de princípios organizativos, o conhecimento individual e social é transformado em produtos e/ou serviços economicamente úteis.”.

A produção requer a coordenação do esforço individual de numerosos especialistas com múltiplos e diferentes tipos de conhecimento. As organizações são entidades integradoras de conhecimento, na medida em que, existindo como instituições para a produção de bens e serviços, conseguem criar as condições mediante as quais um conjunto alargado de indivíduos integra, nesses produtos e serviços, conhecimento individual e especializado.

Esta visão da organização aponta no sentido de que uma organização depende, sobretudo, de pessoas, do modo como essas pessoas se organizam e se relacionam entre si, e do meio ambiente em que se insere a organização, sendo a sua tendência natural crescer e desenvolver-se.

O desenvolvimento organizacional é um processo lento e gradual, sendo obtido por via de um processo de mudança das políticas, estratégias e práticas das organizações. A eficiência e eficácia de uma organização dependem da sua capacidade de aprendizagem e de adaptação/mudança.

As organizações, como as pessoas, cometem erros que são, geralmente, sintomas naturais do seu crescimento e amadurecimento. Num contexto altamente competitivo as organizações estão em permanência confrontadas com a necessidade de adaptar continuamente as suas práticas de gestão às novas condições na medida em que, quando essas práticas se tornam obsoletas, a sua manutenção após a sua aplicabilidade ter sido ultrapassada, resulta num aumento das decisões erradas.

Os Sistemas de Informação nas Organizações

Os benefícios que os sistemas de informação proporcionam às organizações, ultrapassam os ganhos de eficiência nos processos de negócio, permitindo o desenvolvimento de novos produtos, serviços e canais de distribuição.

Nos últimos vinte anos, os SI/TI transcenderam o habitual papel de atividade de suporte assumindo progressivamente um papel cada vez mais estratégico, as instituições financeiras e o sistema financeiro em geral são um paradigma dessa mudança.

Por sistema de informação entende-se a área funcional das organizações responsável pelo recurso informação e pelo planeamento, desenvolvimento, exploração e gestão do sistema de informação.

O contínuo aumento de importância dos sistemas de informação obriga as organizações a integrar a gestão de SI/TI com o processo de gestão da estratégia de negócio [1] da organização.

Desta forma, a função SI assume grande importância, tornando-se as suas diversas atividades e a forma como se relacionam entre si e com outras atividades não restritas à área dos SI um fator crítico de sucesso. Assim, é fulcral que tenha um desempenho excelente, ou seja, uma maturidade superior, entendendo-se por tal, o conjunto de políticas, estratégias, processos e ações que proporciona proveitos e vantagens competitivas à organização.

Atualmente existem vários modelos de estádios de crescimento, habitualmente designados por modelos de maturidade, aplicáveis à função SI sendo possível distinguir dois grupos distintos de modelos:

  1. Os que se centram em tópicos de gestão e planeamento de SI;
  2. Os que se focam no processo de desenvolvimento de SI.

Os modelos que integram o primeiro grupo foram os primeiros a aparecer na área dos SI (finais dos anos 60 do século XX), são os menos elaborados, e focam-se essencialmente em questões políticas e estratégicas.

Os segundos são bastante mais elaborados, apareceram nos finais dos anos 80, e centram-se maioritariamente em tópicos do processo de desenvolvimento de software.

O primeiro esforço significativo para explicar a evolução dos SI nas organizações surgiu com Nolan (1973). Nolan focou-se apenas na evolução da função SI dentro de uma organização. A sua primeira proposta sobre o crescimento dos SI dentro de uma organização baseou-se na tecnologia usada e no orçamento em SI como uma indicação da maturidade da gestão de SI, usando uma curva em “S”, consistindo em quatro estádios: Iniciação, Contágio, Controlo e Maturidade.



O modelo foi posteriormente aprofundado pelo autor que lhe introduziu uma segunda curva ‘S’ decorrente do fato de que ter passado a avaliar a maturidade organizacional não só com base no orçamento de SI/TI mas também a aprendizagem organizacional, embora a aprendizagem aparecesse num plano secundário.

Com este novo modelo é introduzido o conceito de estádios de desenvolvimento de Nolan (1979), composta por seis estádios: Iniciação, Contágio, Controlo, Integração, Gestão de Dados e Maturidade com um ponto de transição entre os estádios Controlo e Integração. O ponto de transição define o fim da primeira curva em “S” e o início da segunda curva em “S” de crescimento explosivo da tecnologia usada, custos e aprendizagem organizacional.


A teoria de estádios de Nolan (1979) foi testada exaustivamente, tendo resultado numa extensão à teoria de estágios com a introdução de uma terceira curva em “S”.

Atualmente a teoria de estádios descreve as três curvas em “S” como três “eras” de crescimento e maturidade da gestão de SI: Processamento de Dados (PD), Tecnologia de Informação (TI) e Rede (R).
 




Em vez de uma evolução, transformações do negócio ocorrerão por meio de uma destruição criativa. Cada era é caraterizada por um período de evolução, seguido de um período de estabilidade, terminando com um período de descontinuidade e revolução, antes do início da nova era. A descontinuidade é mais uma revolução do que uma transição evolucionária. Por exemplo, a transição de Processamento de Dados para Tecnologia de Informação é caraterizada pela descontinuidade tecnológica na forma de pessoal de SI, redes de comunicação de dados e robótica, enquanto a transição de Tecnologia de Informação para Rede é caraterizada pela descontinuidade do negócio na forma de alianças estratégicas com clientes e fornecedores, acesso a dados externos e subcontratação.




[1] A estratégia de negócio engloba o racional e os meios com os quais a organização compete com as suas rivais podendo definir-se como a compreensão da estrutura e da dinâmica da indústria onde se insere, a determinação da seu posicionamento face aos concorrentes e a prossecução de acções no sentido de alterar a estrutura da indústria ou o posicionamento com o intuito de melhorar os seus resultados.

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