Qualidade de Processo e Produto. Uma Visão Integrada
Tanto o PMBOK como o CMMI preconizam que para assegurar a qualidade é necessária uma abordagem integrada da qualidade dos processos e da qualidade do produto. Para além disso, ao distinguirem Controlo de Qualidade (Área de processos de verificação) e Assegurar a Qualidade (Área de processos de suporte), permitem uma clarificação em relação aos objetivos e às práticas relacionadas com a qualidade;
Contudo ambas as metodologias são bastante genéricos nas questões relacionadas com a abordagem à qualidade do produto, limitando-se a enunciar conjuntos de práticas, sem especificar um modelo de qualidade concreto, aplicável às caraterísticas do produto;
Contudo ambas as metodologias são bastante genéricos nas questões relacionadas com a abordagem à qualidade do produto, limitando-se a enunciar conjuntos de práticas, sem especificar um modelo de qualidade concreto, aplicável às caraterísticas do produto;
O CMMI, ao propor um conjunto de práticas específicas e genéricas que se estendem ao longo do modelo de maturidade, permite traçar o caminho para a melhoria continuada dos processos relacionados com o assegurar da qualidade.
O processo de qualidade, definido na norma ISO/IEC 14598, integra-se facilmente nas práticas propostas pelo CMMI, nomeadamente nas relacionadas com o objetivo específico de “Avaliar Objetivamente a Qualidade dos Processos e dos Produtos”. No entanto, as organizações podem optar por prescindir do processo definido na norma ISO/IEC 14598, e usar exclusivamente o modelo de qualidade definido pela norma ISO/IEC 9126, como suporte à sub-prática específica “Assegurar a qualidade do produto ou serviço”.
O PMBOK aborda com maior detalhe as diversas áreas de processo, complementando e fornecendo pistas para a aplicação na prática. Para além disso, acrescenta uma área de processo específica para o planeamento da qualidade, tratada no CMMI como uma prática genérica, o que ajuda a uma visão integrada destas questões e fornece os instrumentos e as técnicas a usar para transmitir, aos diversos níveis da gestão, a importância de um processo de qualidade de software devidamente estruturado.
Vantagens de um modelo integrado
Face ao exposto, uma abordagem integrada da qualidade do desenvolvimento de software implica a adoção combinada de três metodologias:
A integração dessas metodologias, numa metodologia comum, apresenta dois tipos de vantagens distintas.
Em primeiro lugar é uma metodologia que propõe um modelo de qualidade adaptado às caraterísticas e à importância de cada projeto em particular, sendo que essa capacidade de adaptação decorre, naturalmente, da aplicação da metodologia, sem necessidade de nenhum tipo de decisão prévia discricionária.
De facto, a construção de um modelo de qualidade, específico para cada projeto, com base nas preocupações das partes interessados (stakeholders) determina que, desde o início, a abordagem feita à qualidade se adapte às caraterísticas do projeto.
Assim, projetos mais ligeiros terão um modelo de qualidade que, sem deixar de ser equilibrado e estruturado, apresentará menos caraterísticas e sub-características de qualidade relevantes e um conjunto mais restrito de métricas de avaliação, sendo o papel do gestor de qualidade da responsabilidade do chefe de projeto, ao passo que, projetos críticos serão avaliados com base num modelo mais exigente, com a inclusão na equipa, de recursos específicos para os processos de qualidade.
Ao contrário do que hoje acontece em que, por razões de custo e recursos, a qualidade é uma prerrogativa das aplicações mais críticas, a aplicação do modelo proposto permitirá, uma abordagem consistente destas questões a todos os produtos desenvolvidos, independente da sua importância.
Por outro lado, o facto da construção do modelo de qualidade se efetuar em paralelo com a definição de requisitos, contribuirá para o seu aprofundamento, donde resultará uma maior definição das funcionalidades a desenvolver, com impacto positivo na eficiência do processo e na satisfação dos utilizadores.
Decorre do exposto, que o modelo proposto necessitará de um conjunto relativamente restrito de recursos para a sua implementação, na medida em que, o habitual departamento de qualidade poderá ser substituído por um departamento de auditoria de qualidade o qual não será responsável pela qualidade dos produtos desenvolvidos mas pelo controlo da aplicação da metodologia, pela manutenção da infraestrutura e informação de suporte e, em coordenação com o PM Office, pela formação aos gestores de projeto e restantes intervenientes.
Uma vez definido, a responsabilidade pela concretização do modelo de qualidade, nomeadamente a responsabilidade das medidas necessárias para assegurar a qualidade dos dados obtidos pertencerá, consoante os casos, à equipa de desenvolvimento, à direção de compras ou ao auditor independente. Neste sentido, a metodologia proposta não é uma ferramenta do departamento de qualidade, mas uma ferramenta que o departamento de qualidade coloca ao serviço dos intervenientes no desenvolvimento de aplicações.
Também o ambiente de qualidade verá as suas funções redefinidas, passando a funcionar numa ótica de suporte à auditoria de qualidade, por amostragem ou, especificamente, para um conjunto muito restrito de aplicações de elevada criticidade.
Em segundo lugar, a metodologia proposta será um instrumento importante para a eficiência e a eficácia do processo de desenvolvimento, permitindo endereçar de forma adequada alguns dos riscos específicos mais relevantes quando se fala em desenvolvimento de aplicações em regime de outsourcing. Nomeadamente, com o modelo de qualidade proposto, será dada consistência adicional ao processo de definição de requisitos.
O processo de avaliação de qualidade do produto descrito, concretiza e complementa os processos de qualidade preconizados pelo PMBOK e pelo CMMI. A aplicação do modelo de maturidade permitirá o acompanhamento da melhoria deste processo na organização, bem como a sua necessária institucionalização.
A validação dos resultados da implementação desta metodologia passará pela realização sistemática de inquéritos à satisfação do cliente interno, e pela utilização de processos de avaliação dos projetos pós-implementação. A informação recolhida, cruzada com a informação do modelo de qualidade específico e com informação histórica, permitirá concluir sobre a eficácia das metodologias propostas e eventuais ações de melhoria.
Outros artigos deste blog relacionados com qualidade:
O processo de qualidade, definido na norma ISO/IEC 14598, integra-se facilmente nas práticas propostas pelo CMMI, nomeadamente nas relacionadas com o objetivo específico de “Avaliar Objetivamente a Qualidade dos Processos e dos Produtos”. No entanto, as organizações podem optar por prescindir do processo definido na norma ISO/IEC 14598, e usar exclusivamente o modelo de qualidade definido pela norma ISO/IEC 9126, como suporte à sub-prática específica “Assegurar a qualidade do produto ou serviço”.
O PMBOK aborda com maior detalhe as diversas áreas de processo, complementando e fornecendo pistas para a aplicação na prática. Para além disso, acrescenta uma área de processo específica para o planeamento da qualidade, tratada no CMMI como uma prática genérica, o que ajuda a uma visão integrada destas questões e fornece os instrumentos e as técnicas a usar para transmitir, aos diversos níveis da gestão, a importância de um processo de qualidade de software devidamente estruturado.
Vantagens de um modelo integrado
Face ao exposto, uma abordagem integrada da qualidade do desenvolvimento de software implica a adoção combinada de três metodologias:
- ISO/IEC 14598 e 9126 – Processo e modelo de qualidade do produto;
- PMBOK – Qualidade de processos no âmbito da gestão de projetos;
- CMMI – Metodologia para a melhoria de processos.
A integração dessas metodologias, numa metodologia comum, apresenta dois tipos de vantagens distintas.
Em primeiro lugar é uma metodologia que propõe um modelo de qualidade adaptado às caraterísticas e à importância de cada projeto em particular, sendo que essa capacidade de adaptação decorre, naturalmente, da aplicação da metodologia, sem necessidade de nenhum tipo de decisão prévia discricionária.
De facto, a construção de um modelo de qualidade, específico para cada projeto, com base nas preocupações das partes interessados (stakeholders) determina que, desde o início, a abordagem feita à qualidade se adapte às caraterísticas do projeto.
Assim, projetos mais ligeiros terão um modelo de qualidade que, sem deixar de ser equilibrado e estruturado, apresentará menos caraterísticas e sub-características de qualidade relevantes e um conjunto mais restrito de métricas de avaliação, sendo o papel do gestor de qualidade da responsabilidade do chefe de projeto, ao passo que, projetos críticos serão avaliados com base num modelo mais exigente, com a inclusão na equipa, de recursos específicos para os processos de qualidade.
Ao contrário do que hoje acontece em que, por razões de custo e recursos, a qualidade é uma prerrogativa das aplicações mais críticas, a aplicação do modelo proposto permitirá, uma abordagem consistente destas questões a todos os produtos desenvolvidos, independente da sua importância.
Por outro lado, o facto da construção do modelo de qualidade se efetuar em paralelo com a definição de requisitos, contribuirá para o seu aprofundamento, donde resultará uma maior definição das funcionalidades a desenvolver, com impacto positivo na eficiência do processo e na satisfação dos utilizadores.
Decorre do exposto, que o modelo proposto necessitará de um conjunto relativamente restrito de recursos para a sua implementação, na medida em que, o habitual departamento de qualidade poderá ser substituído por um departamento de auditoria de qualidade o qual não será responsável pela qualidade dos produtos desenvolvidos mas pelo controlo da aplicação da metodologia, pela manutenção da infraestrutura e informação de suporte e, em coordenação com o PM Office, pela formação aos gestores de projeto e restantes intervenientes.
Uma vez definido, a responsabilidade pela concretização do modelo de qualidade, nomeadamente a responsabilidade das medidas necessárias para assegurar a qualidade dos dados obtidos pertencerá, consoante os casos, à equipa de desenvolvimento, à direção de compras ou ao auditor independente. Neste sentido, a metodologia proposta não é uma ferramenta do departamento de qualidade, mas uma ferramenta que o departamento de qualidade coloca ao serviço dos intervenientes no desenvolvimento de aplicações.
Também o ambiente de qualidade verá as suas funções redefinidas, passando a funcionar numa ótica de suporte à auditoria de qualidade, por amostragem ou, especificamente, para um conjunto muito restrito de aplicações de elevada criticidade.
Em segundo lugar, a metodologia proposta será um instrumento importante para a eficiência e a eficácia do processo de desenvolvimento, permitindo endereçar de forma adequada alguns dos riscos específicos mais relevantes quando se fala em desenvolvimento de aplicações em regime de outsourcing. Nomeadamente, com o modelo de qualidade proposto, será dada consistência adicional ao processo de definição de requisitos.
O processo de avaliação de qualidade do produto descrito, concretiza e complementa os processos de qualidade preconizados pelo PMBOK e pelo CMMI. A aplicação do modelo de maturidade permitirá o acompanhamento da melhoria deste processo na organização, bem como a sua necessária institucionalização.
A validação dos resultados da implementação desta metodologia passará pela realização sistemática de inquéritos à satisfação do cliente interno, e pela utilização de processos de avaliação dos projetos pós-implementação. A informação recolhida, cruzada com a informação do modelo de qualidade específico e com informação histórica, permitirá concluir sobre a eficácia das metodologias propostas e eventuais ações de melhoria.
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