Qualidade em Projetos de Engenharia de Software
O
conceito e a afirmação da qualidade estão presentes no dia-a-dia das
organizações, aparecendo em quase todas as declarações de missão / visão das
empresas modernas.
Quando aplicada ao
desenvolvimento de produtos de software, a qualidade revela-se um fator
determinante para o sucesso, na medida em que, em última análise, é ela que
faz com o que o cliente fique satisfeito com o produto ou serviço que lhe
entregamos e volte a contratar os nossos serviços no futuro.
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Sobre o conceito de Qualidade em Uso consulte os
artigos deste blog relativos às normas ISO 14598 e ISO 9126.
Consulte na Página Qualidade os restantes artigos deste blog relacionados com a qualidade em projetos de desenvolvimento de software.
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Sendo um fator tão importante
para o sucesso dos projetos, e para a satisfação, e consequente fidelização,
dos clientes, faria sentido que as atividades tendentes a assegurar a qualidade
dos produtos e serviços que criamos, estivessem na linha da frente das
preocupações dos gestores de projeto, e das organizações que os empregam.
Contudo, é ainda vulgar que as organizações olhem para a qualidade como um
mero adjetivo ou, na melhor das hipóteses, como o objetivo a cumprir, sem
entenderem que a qualidade é, antes de mais, um processo e que só através de
práticas consistentes de garantia de qualidade, é possível atingir, de
forma persistente, a Qualidade em Uso
dos produtos e serviços que criamos.
Em que consiste o processo de Garantir a Qualidade (Quality Assurance)?
Como o próprio nome indica,
Garantir a Qualidade é o processo que tem como objetivo assegurar que a
qualidade dos produtos ou serviços criados pela organização cumprem, de
forma consistente, com os padrões de qualidade que satisfazem as expectativas
dos clientes.
Apesar de estarem conscientes da necessidade de criar produtos com qualidade, a maioria das organizações
usa parcialmente o processo de Garantia de Qualidade. Por exemplo,
todas as organizações estão conscientes da necessidade da existência de uma
fase de testes que anteceda a entrega do produto ao cliente, mas muitas delas desconhecem, ou não valorizam, a realidade que demonstra que, a concentração dos testes no final do processo, está longe de garantir a
qualidade do produto ou serviço que se cria.
Deixar os testes para o final do processo, transfere
para o cliente a responsabilidade de avaliar completamente, antes da aceitação final, a qualidade do
produto que lhe está a ser entregue e tem, como
consequência, atrasos e acréscimo de conflitos no processo de fecho do projeto. Um produto que não tenha, durante o seu processo de desenvolvimento,
obedecido a um processo estruturado, e previamente definido, de garantia de
qualidade, até pode cumprir com os requisitos de capacidade e de funcionalidade
que constavam nas especificações, mas dificilmente a equipe do projeto será
capaz de fornecer um método comprovado de rastreabilidade para garantir que o
produto entregue cumpre com todos os requisitos documentados durante o ciclo
de vida de desenvolvimento. Isto é, a qualidade pode lá estar, mas a única
forma do cliente validar isso é testando, pormenorizadamente, o que lhe foi
entregue.
Por isso os processos relacionados com a Garantia
da Qualidade devem começar na fase inicial do projeto, e continuar ao longo de
todo o ciclo de vida de desenvolvimento do software. Cada entregável deve ser
antecedido de um ponto de controlo da qualidade, de forma a assegurar que
todos os requisitos são consistentes e que todos os pedidos de alteração
aprovados, foram de facto implementados e contabilizados. O gestor de projeto
deve trabalhar em estreita ligação com quem é responsável pela
qualidade, para assegurar que todos os processos de qualidade necessários estão de facto implementados, e são efetivamente utilizados. Só assim é possível
assegurar que o produto entregue irá cumprir com as expectativas do cliente.
A implementação dos processos de garantia de qualidade
nos nossos projetos leva tempo e tem custos, mas a sua não utilização terá
ainda custos mais elevados.
A qualidade no desenvolvimento de software é
habitualmente vista de acordo com três perspetivas distintas, mas
complementares.
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