PMBOK: Técnica Para Gerir Conflitos
“Uma vez terminado o jogo, o rei e o peão
voltam para a mesma caixa.”
Provérbio Italiano
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Quando se trabalha em equipa os conflitos são inevitáveis. A gestão dos conflitos é, simultaneamente, uma tarefa complexa que exige muito tempo e competências especificas, e um fator critico para o sucesso do projeto.
O primeiro passo para o sucesso da gestão de conflitos, é reconhecer que os conflitos são naturais e que, se adequadamente geridos, podem até ser benéficos.
Em situações de conflito é possível aprender muito sobre nós próprios e sobre os outros. No entanto não é agradável viver em desarmonia ou em desacordo com outras pessoas, e se não forem adequadamente resolvidos ou geridos, os conflitos podem ter consequências muito sérias para o projeto e para as pessoas.
Os possíveis resultados de conflitos, são:
- Descontinuidades de relacionamento
- Continuidade de relacionamento sem que ocorram alterações
- Diminuição temporária do sofrimento causado pelo conflito
- Resolução do conflito
- Gestão do Conflito
Compreender a natureza do conflito pode ajudar a identificar as situações e permitindo escolher a mais adequada estratégia de resolução. De uma forma genérica os conflitos podem ser catalogados em três diferentes categorias.
Conflito Simples – Acontece quando nenhuma das partes pode ganhar sem que a outra parte perca, os argumentos estão sobre a mesa e são completamente percebidos pelas partes, no entanto os objetivos de uns estão em claro conflito com os objetivos de outros.
Pseudo Conflito – Na realidade não é um conflito verdadeiro mas antes um problema de comunicação. As duas partes em conflito concordam mas, por défice de comunicação, cada uma assume que a outra está em desacordo.
Conflito de Ego – Este é o tipo de conflito de mais difícil resolução, envolve emoções exacerbadas a um limite que leva as pessoas a considerar que têm necessidade de se proteger e de salvar a face.
Para resolver conflitos simples devemos tratar as pessoas com respeito, adotando um comportamento aberto, dialogante e franco, não deixando que os nossos pontos de vista interfiram na forma como relatamos a situação. Algumas pistas para resolver este tipo de conflitos passam por:
- Manter o conflito simples, usar linguagem simples e não agressiva, descrevendo o problema de forma clara e factual.
- Deixar o ambiente arrefecer, fazer um intervalo, para acalmar e aclarar as ideias retornando posteriormente ao assunto.
- Enfrentar o problema em comum, reconhecendo que este afeta ambas as partes e que a sua resolução deve ser efetuada de comum acordo.
Conhecida a posição do outro, deve ser feito um esforço de clarificação, fazendo com que a outra pessoa fale sobre aquilo que ela pensa que aconteceu e aproveitando essa oportunidade para prestar esclarecimentos.
Quando estamos em presença de um conflito de ego devemos ser muito cautelosos na resposta. A situação é muito mais complexa do que a que envolve conflitos simples e também não se trata de um problema de comunicação. Os conflitos de ego têm uma carga negativa potencialmente perigosa sendo um desacordo que envolve emoções, salvar a face e agendas paralelas.
A gestão deste tipo de conflitos passa por:
Contenção não permitindo o seu avolumar – É fundamental tratar a outra pessoa com respeito controlando as suas emoções e as reações negativas. Permitir que a outra pessoa exprima as suas preocupações, não lhe permitindo contudo perder o foco no problema que está a ser tratado.
Descrever o conflito – Tentar desarmar as emoções e falar sobre o que de facto interessa para a resolução do problema. Evitar contar a história a partir de um particular ponto de vista, manter-se restrito aos factos.
Determinar a fonte do conflito – Uma vez descrito o conflito, devemos começar por tentar encontrar quais as suas fontes. É possível que nenhuma das partes seja capaz de identificar claramente, num primeiro momento, as razões profundas, mas ao menos estamos a falar e a comunicar.